Oposição adia manifestações por respeito às Forças Armadas, mas mantém críticas à situação política na Guiné-Bissau

As coligações API e PAI-Terra Ranka decidiram adiar temporariamente as manifestações de rua, inicialmente programadas para começar antes das festividades em homenagem às Forças Armadas e aos combatentes da liberdade da pátria, previstas para 16 de novembro. O adiamento foi justificado como um gesto de respeito às Forças Armadas, mas ambas as coligações afirmaram que os protestos serão retomados logo após as celebrações.   jili

Respeito não é medo, afirma Baciro Dja  

Baciro Dja, ex-primeiro-ministro e membro da API, enfatizou que o respeito dos guineenses pelas Forças Armadas não deve ser confundido com medo. Ele lembrou que, segundo a Constituição, as Forças Armadas estão subordinadas aos políticos, reforçando a legitimidade das manifestações planejadas.

Domingos Simões Pereira questiona prioridades

Domingos Simões Pereira, líder da PAI-Terra Ranka, afirmou que a suspensão temporária das manifestações visa evitar interpretações de que a oposição estaria contra as Forças Armadas. No entanto, criticou duramente o alto investimento nas festividades, considerando-o desproporcional em um país onde cidadãos morrem em hospitais por falta de medicamentos básicos.

Preocupação com a crise política   jili

As coligações enviaram cartas abertas ao chefe das Forças Armadas e à CEDEAO, expressando profunda preocupação com a crise política no país. Ambas reforçaram a necessidade de atenção às dificuldades vividas pela população, acusando o governo de priorizar gastos questionáveis em detrimento das necessidades básicas do povo.

Próximos passos  jili

As manifestações, descritas como uma forma de denunciar o "abuso de poder e a falta de democracia", estão temporariamente adiadas, mas os líderes da oposição asseguraram que a mobilização será retomada após o término das celebrações.